23 maio 2005

Sexualidade



Há já algum tempo escrevi acerca da vivência da espiritualidade nos dias de hoje e do como ela é tantas vezes condicionada pelos padrões errados que desde sempre nos foram impostos relativamente à sexualidade.
Dizia eu que o sexo faz parte da nossa vida material, que devíamos viver a nossa sexualidade sem preconceitos nem culpas, e que podíamos e devíamos viver a sexualidade a par com a espiritualidade. Se nos dá prazer e não prejudica moral, emocional nem fisicamente nenhuma das partes envolvidas, então é porque é bom! Até aqui tudo bem, nada de novo, subscrevo inteiramente tudo o que disse, mas gostaria de acrescentar algumas palavras a este respeito.
É certo que quando somos jovens adolescentes tudo nos fascina tudo é novo, existem novos prazeres a cada virar de esquina, cada um mais apelativo que o anterior, e queremos experimentá-los a todos. Não fora os preconceitos e estigmas sócio-familiares e quereríamos explorá-los todos em simultâneo, e retirar o máximo prazer que a vida nos oferece. O sexo é um dos prazeres mais apelativos, se não o mais apelativo de todos nesta e em todas as idades, e é precisamente sobre este apelo que quero falar.
A princípio queremos descobrir tudo, explorar todas as possibilidades para depois repetir até à exaustão as experiências mais gratificantes, mudar de parceiros e redescobrir novas formas, abordagens e corpos na busca incessante de mais e mais prazer.
Este ciclo vai repetir-se mais ou menos vezes, mas vai chegar o momento em que vamos ser mais exigentes, e o ciclo é rompido pelo sentimento vazio do sexo pelo sexo, sem amor, sem partilha, sem cumplicidade, e descobrimos que a plenitude da nossa sexualidade só é alcançada quando é vivida na vibração do amor.
A partir desse momento iniciamos a busca da paixão, do amor, da felicidade que nos completa e nos faz viver de bem connosco próprios, com a vida e com todos os que nos rodeiam.
O amor é a ponte que liga o sexo à espiritualidade, mas para o compreendermos temos que viver e fechar o ciclo da experimentação.
Desta forma não restarão dúvidas nem olharemos para trás...
Rei Sapo

18 maio 2005

Pablo Neruda



Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê, quem não ouve música,
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is"
a um turbilhão de emoções indomáveis,
justamente as que resgatam brilho nos olhos,
sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da
Chuva incessante, desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!

Pablo Neruda Posted by Rei Sapo

11 maio 2005

O Reino dos Céus

Há momentos na vida em que somos forçados a parar e a reflectir sobre nós mesmos, o que fizemos, onde chegámos, o que queremos para nós e para aqueles que nos rodeiam, e se estamos no caminho certo para atingir os nossos objectivos.
Para nos sentirmos de bem com a vida, temos que agir como tal, que ser honestos e verdadeiros connosco próprios em primeiro lugar e com todos aqueles que nos rodeiam.
A nossa vida é um aprendizado, há que fazer um compromisso de vida, deixar de lado tudo aquilo que não nos faz falta e só nos prejudica, sermos nós próprios, viver de acordo com a nossa consciência e através do exemplo tocar na consciência dos outros, fazer o bem, caminhar na verdade e acreditar e fazer um mundo melhor.
É urgente deixar fluir o amor e viver na sua vibração para nos tornarmos pessoas melhores. O Homem é aquilo que tem dentro de si.
O Reino dos Céus está dentro de nós, é o Reino da Consciência, quem o procurar vai encontra-lo na sua plenitude.

Rei Sapo


03 maio 2005

Reconciliação

Vivemos um tempo prenhe em soluções céleres e eficazes. A vivência terapêutica é substituída por novas terapêuticas da alma, que no fundo servem como agente catalizador do instrumento interno. O indivíduo busca cada vez mais a reconciliação com o “antagonista” interno, aquele que nos remete para a prisão da alma e coloca o nó cármico na vivência diária.
Porém o indivíduo só não sabe que tem a capacidade de invocar as forças da sua alma e irradiando assim, a energia de forma responsável e integra.