25 junho 2005

Estranha Noite de São João


Vou partilhar convosco o sonho que tive na Noite de São João.

Estava eu a passear numa rua com a minha tia Ana Maria quando vejo um carro passar com um casal de velhotes que me dizia adeus. A imagem deles era esbatida, um pouco apagada até, de fisionomia estranhamente pálida e triste. Passamos por uma loja tipo quiosque à beira da estrada, vendia de tudo um pouco desde tabaco a artigos religiosos dos quais me chamou particularmente a atenção os terços de prata e algumas imagens de santos. Apercebemo-nos que a loja tinha sido assaltada, não estava ninguém por perto e a rua estava igualmente deserta.
Para meu espanto e horror a minha tia queria fanar os terços de prata que ali estavam à mão de quem passa... a minha própria tia!!!... Desconcertado tento dissuadi-la quando no horizonte se perfila a silhueta de um polícia a correr que acaba por desencoraja-la nos seus propósitos
Depois do polícia se aproximar aparece alguém a gritar “coitados dos velhotes, tanta gente tinha visto e ninguém tinha tido coragem de fazer nada!”. Atrás dessa pessoa que gritava veio uma multidão e eu vi passar novamente o carro com o casal de velhotes que me dizia adeus. Apercebi-me que eram os donos da loja, que tinham sido mortos pelo assaltante que apenas tinha levado tabaco. A pessoa que inicialmente apareceu a gritar, apontou para um edifício em frente e gritou de novo que o Anjo da Guarda tinha sido visto ali na biblioteca que, imaginem, era a "minha" biblioteca...
Corri para lá e entrei no edifício. Queria ver o Anjo, disso não tinha dúvidas e parecia que apenas eu tinha dado ouvidos ao louco que gritava furiosamente na rua... Comigo entrou um rapazito e a minha prima Ana Lídia (filha da minha tia Ana Maria). Entro no edifício e começo a procurar o Anjo ignorando a minha prima e o rapazinho moreno que entrara atrás de mim. A minha prima também o procura por todo o lado mas não encontrámos absolutamente nada. Paro um instante para meditar um pouco quando o rapazito me chama. Só então reparo nele, é moreno, delgado e aparentava cerca de onze anos de idade, olhos escuros de um brilho invulgar, cabelos ondulados castanho-escuro que lhe dava pelos ombros e um sorriso nos lábios. Eu nunca o tinha visto antes.
Chamou-me e disse: vem para aqui, medita connosco! Eu vou mas quando entro na sala só o vejo a ele. Começo a meditar e a sentir-me mal assim que fecho os olhos, começo a sentir e a ver uma energia negra que se quer apoderar de mim e que paralisa o meu corpo. Quase não consigo falar e o rapazito põe-se em cima do meu peito descalço a tentar ajudar-me, eu só consigo dizer-lhe que me está a magoar e coloco os pés dele em cima do meu peito simetricamente e de forma a não me aleijar. É então que ele mexe na minha cabeça e eu ouço o som dum interruptor a desligar alguma coisa, eu que já não conseguia falar começo a sentir-me melhor. Ele pergunta o que é que eu andei a fazer e eu respondo que fiz umas orações ao Arcanjo Miguel.
Para minha surpresa ele diz a sorrir: Ahhhhhh então é isso! Os monstrinhos do diabo não gostam do Arcanjo Miguel.
E no meu peito, como se me desligasse um interruptor junto ao coração ouço claramente um clique igual ao anterior. depois vem o mais insólito, o rapazinho pega em mim, dobra-me as pernas de uma forma estranha e lança-me ao chão para longe. Do meu coração sai um cordão vermelho que se desenrola à medida que me afasto dele a quando chega ao limite máximo eu olho para cima e espantado vejo um diabrete vermelho que se esvai em fumo.
A partir deste momento eu recupero as forças e apercebo-me que o rapazinho moreno, de olhos e cabelo castanho ondulado é o meu Anjo da Guarda!
Por isso ele tinha entrado comigo, esteve sempre ao meu lado, ainda que eu não lhe desse importância ou prestasse atenção e o procurasse noutro lugar.
Começo a puxar o tal fio na direcção do rapazinho e arrasto-me até ele.
Ele corta a maior parte do cordão, e diz que aquele cordão vermelho não pode voltar ao coração. Corta a parte do meio do cordão e volta a unir a extremidade do cordão que está junto ao meu coração com a que ele segura na mão, o cordão une-se de imediato e passa da cor vermelha para azul, o fio agora azul volta a entrar dentro de mim, enquanto as extremidades do cordão vermelho que ele cortou ardem no chão.
Acordo sobressaltado.
Abro os olhos e mantenho-me quieto durante alguns segundos, olho para o relógio. 5h:29m.
Levanto-me na madrugada e vou à sala onde tinha feito as minhas orações e acendido as minhas velinhas antes de me deitar. Só duas continuavam acesas,
a do Arcanjo Miguel e a de Santa Teresinha!
A última vela que tinha acendido era pela minha amiga Ana e tinha acabado de se apagar no momento exacto em que acordei do sonho porque a parte metálica daquelas tea light que uso estava quente.
Olhei melhor para as velas que continuavam acesas e pareciam ter ainda muita cera para arder mesmo assim voltei a acender uma vela ao Arcanjo Miguel em agradecimento pela protecção. Enquanto faço uma oração, em voz alta e em jeito de agradecimento as lágrimas rolam-me pela face.
Voltei ao quarto e quando entro na sala de novo as duas velas estão apagadas e só a que acendi em agradecimento continuava acesa.
Tudo isto é muito estranho mas eu estou calmo e muito tranquilo.
Para dizer a verdade eu estava em Paz naquele momento
Volto para o quarto, pego no telemóvel e envio uma mensagem a contar o estranho sonho à minha melhor amiga. Fico sonolento e demoro algum tempo. Enquanto relato o sonho e à medida que me vou lembrando dos pormenores e da fisionomia do meu Anjo da Guarda choro baixinho.
Envio a mensagem e volto a adormecer com uma enorme dor nas pernas...

Estranha noite de São João...
Curiosamente só me lembrei que era Noite de São João quase no finzinho da noite e não saí para tomar café como tinha combinado. Fiquei em casa, ao contrário dos tempos da minha infância em que saía para saltar a fogueira e queimar alcachofras para ver se floriam no dia seguinte, confirmando assim que era correspondido no Amor. Tirava rifas na quermesse da aldeia, enchia-me de arroz doce, porque sardinhas não era comigo, e voltava para casa cansado mas feliz!
A minha avó fez 82 anos, e tudo o resto aconteceu à revelia dos meus sentidos, e da minha vontade.
Para coroar a noite uma zanga por telefone com a minha melhor amiga por tolices sem sentido e por causa dela, da zanga, ainda hoje não me fala.
Parece que estava a ser castigado por não me ter lembrado, por não ter festejado a noite de São João como nos velhos tempos...
Tolice a minha... o castigo não foi por isso!
Depois de tudo isto o sonho que vos contei, mas querem saber?
Sinto-me redimido, purificado.
Fechei um ciclo com a Ana, e o que um desaire fez o meu Anjo da Guarda desfez!
Espero que a minha melhor amiga reconsidere e façamos as pazes, porque eu não estou zangado com ela...

Estranha noite de São João!

Rei Sapo

22 junho 2005

Os Sete Pecados Capitais

Na vida, em determinados momentos, surgem obstáculos que dificultam a nossa caminhada, dificuldades essas que são levantadas por nós mesmos a maior parte das vezes, e pelo nosso comportamento face à realidade que nos rodeia.
Ao reflectir um pouco mais no assunto, dei conta de que as atitudes que manifestamente provocam estas dificuldades são conhecidas à muito, sem que no entanto lhes prestemos a devida atenção, e tanto podem ser aplicáveis ao nosso dia a dia como nas empresas ou no trabalho.
Essas atitudes estão reflectidas nos “Sete Pecados Capitais” e é sobre eles que me vou debruçar um pouco convosco.
Vou começar por enumerá-los deixando uma breve definição, não porque não sejam sobejamente conhecidos, mas por facilidade de raciocínio e vou deixar-vos com a reflexão descomprometida de alguns pensadores eloquentemente insuspeitos.

-Soberba
-Avareza
-Inveja
-Ira
-Luxúria
-Gula
-Preguiça

Hoje vamos tratar a soberba, que é o primeiro dos sete pecados capitais, nos próximos post’s reflectiremos sobre cada um dos restantes de per si.

Soberba

O orgulho, a arrogância e a vaidade são sinónimos da dita soberba, e levam-nos à presunção e à vanglória, passamos a procurar sempre o reconhecimento e elogios e acabamos por nos gabar das coisas que fazemos com um orgulho que nos tolda a visão das coisas e a própria razão ficando a sensação de que "Eu sou melhor que os outros".
Virtude oposta : Humildade


Pensamento / Reflexão por Alexandre O’Neill


Os convencidos da vida

Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.
Mas também os aturo por escrito. No livro, no jornal. Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!). Será que voltaram os polígrafos? Voltaram, pois, e em força.
Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista.
Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento. Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?
(...) No corre-que-corre, o convencido da vida não é um vaidoso à toa. Ele é o vaidoso que quer extrair da sua vaidade, que nunca é gratuita, todo o rendimento possível. Nos negócios, na política, no jornalismo, nas letras, nas artes. É tão capaz de aceitar uma condecoração como de rejeitá-la. Depende do que, na circunstância, ele julgar que lhe será mais útil.
Para quem o sabe observar, para quem tem a pachorra de lhe seguir a trajectória, o convencido da vida farta-se de cometer «gaffes». Não importa: o caminho é em frente e para cima. A pior das «gaffes», além daquelas, apenas formais, que decorrem da sua ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e que o inculcam como um arrivista, um «parvenu», a pior das «gaffes» é o convencido da vida julgar-se mais hábil manobrador do que qualquer outro.
Daí que não seja tão raro como isso ver um convencido da vida fazer plof e descer, liquidado, para as profundas. Se tiver raça, pôr-se-á, imediatamente, a «refaire surface». Cá chegado, ei-lo a retomar, metamorfoseado ou não, o seu propósito de se convencer da vida - da sua, claro - para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi.

Alexandre O'Neill, in 'Uma Coisa em Forma de Assim'

Posted by Rei Sapo

20 junho 2005

A magia dos sinais


É absolutamente fantástico, durante a nossa caminhada, podermos encontrar sinais que nos confirmam que estamos no caminho certo, que nos dão alento e alegria para prosseguir e nos enchem de esperança de alcançar aquilo que ambicionamos.
Mas é necessário ter cuidado para não cairmos na teia dos sinais, teia essa que nos enreda e não nos deixa ver mais nada a não ser sinais, que nos deixa num êxtase aparente e na ilusão de ver muito para além deles.
Temos que saber aceitar os sinais sem cair na tentação de os interpretar, se assim o fizermos eles revelar-se-ão a si mesmos e à sua verdade. É esta a verdadeira magia dos sinais!
Não podemos deixar de viver a vida para viver os sinais, nem devemos ver sinais onde existem apenas as maravilhas da criação.
Quem cai na teia dos sinais vê apenas aquilo que quer ver, e isso torna a sua vida numa existência redutora.
Não há um caminho certo, existem muitos caminhos e cada um tem o seu. Tenhamos a humildade de encontrar e aceitar o nosso próprio caminho, porque o que resulta para os outros não tem que ser o melhor caminho para nós.
Não façamos a nossa felicidade depender de ninguém porque só podemos ter controlo sobre nós mesmos e sobre as nossas vontades; se pudermos aprender com as experiências dos outros tanto melhor, mas temos que ter coragem para trilhar o nosso próprio caminho.
Se estivermos no caminho certo encontraremos a magia dos sinais e a sua verdade, se assim não for o caminho será difícil.

Rei Sapo

08 junho 2005

O dia certo

"Só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito. Um chama-se ontem e o outro amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver."

Dalai Lama, posted by Rei Sapo

03 junho 2005

Sagrado Coração de Jesus



Oração ao Sagrado Coração de Jesus

Coração de Jesus, eu confio em vós, mas aumentai a minha confiança.
Vós dissestes: Pedi e recebereis.
Confiando nas vossas promessas, venho pedir vossa ajuda.
Vós estais mais interessado na nossa felicidade que nós mesmos, por isso ponho em vosso Coração os meus pedidos, preocupações e esperanças; iluminai e abri os meus caminhos pois em Vós deposito toda minha confiança.
Meu bom Jesus eu creio, aumentai a minha fé e fazei o meu coração mais semelhante ao vosso.

Ámen.

Rezar um Pai-Nosso, uma Avé-Maria e um Glória ao Pai.

A novena da devoção ao Sagrado Coração de Jesus deve ser feita na primeira sexta feira de cada mês durante nove meses. Na primeira sexta feira das nove deve assistir-se à missa e comungar.Transcrevo em seguida as doze promessas do Sagrado Coração de Jesus feitas a Santa Margarida Maria, com as graças concedidas a quem lhe consagrar esta devoção.


As doze Promessas do Sagrado Coração de Jesus feitas a Santa Margarida Maria:

Eu lhes darei todas as graças necessárias ao seu estado de vida.
Eu farei reinar a paz em suas famílias.
Eu os consolarei em todas as suas aflições.
Serei seu refúgio seguro durante a vida e sobretudo na morte.
Derramarei muitíssimas bênçãos sobre todas as suas empresas.
Os pecadores encontrão em meu Coração a fonte e o mar infinito da misericórdia.
As almas tíbias se tornarão fervorosas.
As almas fervorosas elevar-se-ão rapidamente a grande perfeição.
Abençoarei Eu mesmo as casas onde a imagem do meu Coração estiver exposta e venerada.
Darei aos sacerdotes o dom de abrandar os corações mais endurecidos.
As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes escritos no meu Coração e dele nunca serão apagados.
No excesso da misericórdia do meu amor todo-poderoso darei a graça da perseverança final aos que comungarem na primeira sexta-feira de nove meses seguidos.

Posted by Rei Sapo