29 julho 2005

Dragão Alado



Em todas as tradições populares, nos contos e mitologias, encontra-se a imagem da serpente ou do dragão, cujo simbolismo é quase idêntico em todas as culturas. Historias sem conta falam de um dragão que raptou uma bela princesa inocente e pura, que mantém prisioneira num castelo. A pobre princesa chora, padece e suplica ao Céu que lhe mande um salvador. Mas, uns após outros, os cavaleiros que se apresentam para a libertar são sempre vencidos pelo dragão, que se apodera das suas riquezas, que vai empilhando nos subterrâneos do castelo. Até que um dia aparece um cavaleiro mais nobre, mais belo e mais puro do que os outros, ao qual um mago tinha revelado o segredo para vencer o dragão: qual o ponto fraco, em que momento e de que maneira poderia ser encurralado e ferido... E eis que este príncipe privilegiado, bem armado e bem instruído, consegue a vitória: liberta a princesa, e que doces beijos eles trocam! E todos os tesouros guardados desde há séculos no castelo pertencem agora a este cavaleiro, a este belo príncipe que saiu vitorioso do combate, graças aos seus conhecimentos e à sua pureza. Por fim, ambos montados sobre o dragão, que o príncipe conduz, voam pelo espaço e percorrem o mundo. Estas histórias que, regra geral, são consideradas como contos para crianças, na realidade são contos iniciáticos, mas para se poder interpretá-los, é necessário conhecer a ciência dos símbolos. O dragão não é outra coisa senão a força sexual. O castelo é o corpo do homem. No Castelo, suspira a princesa, isto é, a alma, que a força sexual mal controlada mantém prisioneira. O cavaleiro é o ego, o espírito do homem. As armas de que este se serve para vencer o dragão representam os meios de que o espírito dispõe: a vontade, a ciência para dominar essa força e poder utilizá-la. Assim, uma vez dominado, o dragão torna-se servidor do homem, servindo-lhe de montada para dominar o espaço. (...)

Omraam Mikhael Aivanhov in “A força sexual ou o Dragão alado”

27 julho 2005

Guerreiro da Luz


“Os guerreiros da luz, de vez em quando, crêem-se indignos de qualquer bênção ou milagre.
Os guerreiros da luz, com frequência, interrogam-se sobre o que fazem aqui. Muitas vezes acham que as suas vidas não têm sentido. Por isso são guerreiros da luz.
Porque erram. Porque interrogam.
Porque continuam a procurar um sentido.
E acabarão por encontrá-lo.”

Paulo Coelho in “Manual do Guerreiro da Luz”

Imagem: Arcanjo Miguel, Príncipe dos Exércitos Celestes

(Ícone Bizantino)

21 julho 2005

A Importância da Alegria

“Uma boa festa limpa o astral de toda a gente que está a participar; mas é muito difícil acontecer porque bastam apenas algumas pessoas para estragar a alegria comum. Essas pessoas julgam-se mais importantes do que as outras, são difíceis de agradar, acham que estão ali a perder tempo, porque não conseguiram comungar com os outros. E acabam por experimentar uma misteriosa justiça: geralmente saem carregadas com as larvas astrais expulsas das pessoas que souberam unir-se aos outros. Lembrem-se que o primeiro caminho directo até Deus é a oração. O segundo caminho directo é a alegria.”

Paulo Coelho in “Brida”

Quase


Ainda pior que a convicção do não, a incerteza do talvez é a desilusão de um "quase". É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que a fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planeando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu!


(Luís Fernando Veríssimo)

15 julho 2005

Pausa

"Vozes, vozes. Ouve, meu coração, como outrora apenas
os santos ouviam, quando o imenso chamado
os erguia do chão; eles porém permaneciam ajoelhados,
os prodigiosos, e nada percebiam,
tão absortos ouviam. Não que possas suportar
a voz de Deus, longe disso. Mas ouve essa aragem,
a incessante mensagem que gera o silêncio.
Ergue-se agora, para que ouças, o rumor
dos jovens mortos. Onde quer que fosses,
nas igrejas de Roma e Nápoles, não ouvias a voz
de seu destino tranquilo? Ou inscrições não se ofereciam,
sublimes? A estela funerária em Santa Maria Formosa...
O que pede essa voz? a ansiada libertação
da aparência de injustiça que as vezes perturba
a agilidade pura de suas almas."

RAINER MARIA RILKE

14 julho 2005

Arte de ser

Já dizia André Gide que as coisas mais belas são as que a loucura sopra e que a razão escreve.

Sejamos um pouco loucos...

12 julho 2005

Mensagem Espiritual

"Aquele que acredita que com ações tresloucadas, inconscientes e sem o devido equilíbrio vai conseguir o triunfo, descobrir a verdade que gera a vida espiritual e a verdadeira luz, só arma contra si os adversários invisíveis. "

Rahdhai

Sexo Sagrado

Dias houve em que o sexo era entendido de forma diferente da que conhecemos hoje, a mulher era vista não como objecto de desejo mas como divindade e desempenhava o papel da deusa.
A deusa da fertilidade, da terra, da vida… o sexo era sagrado e aproximava os homens de Deus.
Até a história da prostituta teve os seus dias de glória redentora.
Na antiga Babilónia todas as mulheres eram obrigadas pelo menos uma vez na vida, a ir ao templo da deusa Ishtar e entregar o seu corpo a um desconhecido por um preço simbólico. Depois desta oferta a deusa redimi-la-ia e confiar-lhe-ia os seus segredos e desígnios.
Durante o Império Romano a deusa Vesta exige a virgindade total ou a entrega total e para manter a sua chama acesa as sacerdotisas do seu templo iniciavam jovens e reis no caminho da sexualidade oferecendo o seu êxtase ao universo e à divindade.

Era a história da mulher divinizada qualquer que fosse o seu nível de educação, poder ou estatuto. A história do sexo sagrado que aproximava a humanidade do Criador. A história da dança das almas em torno do amor.


Cântico à deusa Ishtar

Quando estou sentada à porta de uma taberna,
Eu Ishtar, a deusa,
Sou prostituta, mãe, esposa, divindade.
Sou o que chamam vida
Embora vocês chamem morte.
Sou o que chamam Lei
Embora vocês chamem Marginal.
Eu sou o que buscam
E aquilo que conseguiram.
Eu sou aquilo que espalharam
E agora recolhem os meus pedaços.

Hino à Mulher

Dedico este post a ti Silvana, e a todas as mulheres que se querem compreender e são incompreendidas, que se procuram e não se encontram, que se querem afirmar e são subestimadas, que na subjugação dominam…

A Ísis e a todas as mulheres

Respeitem-me sempre
Porque eu sou a escandalosa e a magnífica

Porque eu sou a primeira e a última
Eu sou a venerada e a desprezada
Eu sou a prostituta e a santa
Eu sou a esposa e a virgem
Eu sou a mãe e a filha
Eu sou os braços da minha mãe
Eu sou a estéril, e os meus filhos são numerosos
Eu sou a bem casada e a solteira
Eu sou a que dá à luz e que jamais procriou
Eu sou a consolação das dores de parto
Eu sou a esposa e o esposo, e foi o meu homem que me criou
Eu sou a mãe do meu pai
Sou a irmão do meu marido, e ele é o meu filho rejeitado

Respeitem-me sempre
Porque eu sou a escandalosa e a magnífica

Hino a Ísis séc. III

10 julho 2005


Chi ride e canta, suo male spaventa.

in criação de Adão, Basílica de São Pedro - Vaticano, 2005

08 julho 2005

Atentados

Neste momento milhares de pessoas questionam o porquê de tão vil acto, o que leva um grupo a organizar um ataque e matar inocentes?
Agora sugiro que imaginem a seguinte situação:
nasceram numa pequena aldeia no Kazaquistão, Afeganistão Líbia etc. falta-vos tudo, não têm recursos naturais, a terra é árida, os vossos 8 ou 9 irmãos dos quais já só restam 4, lutam diariamente pela subsistência. Dos vossos pais só já vos resta a mãe, o pai 3 anos antes desapareceu misteriosamente. Não há educação, não há esperança, há o vazio... Um dia chega um forasteiro com promessas de vida melhor, apela-vos ao coração, ao sentimento patriótico, à religião. Fala-vos de um Deus que leva a salvação aqueles que lutam por uma causa, que se sacrificam. Fala-vos do inimigo, mostra-vos fotos, notícias (estrategicamente manipuladas) diz-vos que a vossa vida tem sentido e que a 3000 km dalí o vosso destino é completado. Ensinam-vos um novo mundo, armas, técnicas, ensinamentos etc e vocês sentem-se maiores do que são. Nesse momento são parte de algo, matar outrém é a vossa salvação, a vossa recompensa perante deus será um destino diferente para a vossa Família, o vosso País.
Não pensam, agem estão programados até ao momento do "clic". Implodem-explodem e a vossa natureza encontra o destino.
Quem tem razão? A partir de onde avistamos o mundo, do topo da montanha ou do deserto? Como julgamos?
Qual o verdadeiro valor da vida para cada um? Que reequilíbrio a natureza está a fazer?

Um dia se tiverem oportunidade de visitar o deserto, vão perceber que a visão do mundo dependerá muito da experiência interior. Alí tudo ou quase tudo é plano, o ar é cortante, respira-se o nada e sente-se o isolamento perante a vida. Alí deixamos de ser para passar a ser. Alí morremos e entregamo-nos ao destino.

Pensamentos de liberdade

"A liberdade do amor é não ter nada a pedir em troca! (...)
O maior prazer não é o sexo. É a paixão com que ele é praticado. Quando essa paixão é de grande qualidade, o sexo vem para consumar a dança, mas ele nunca é o ponto principal.(...)
Quando os corpos se encontram, é apenas o transbordar da taça.(...)
" Paulo Coelho in “Onze Minutos”
posted by Rei Sapo

07 julho 2005

Mensagem que o tarot tem para você


Descobri um site excelente que quero partilhar com todos os meus amigos.
Experimentem as várias opções que estão disponíveis, inclusivamente a parte dos relacionamentos com os outros.
Eu achei interesante, e acertou em quase tudo.
O endereço do site é : http://www.rahdhai.com.br/rahdhai/
Experimentem e reflitam.
Esta é a mensagem que o tarot me reservou para esta semana.

















Arcano 7 - Arcano 8 - Arcano 18 - Arcano 11

Mensagem Mundana que o Tarot tem para você.
Sempre existem pessoas que insistem em nos desencorajar a não realizar nossos objectivos. Inimigos invisíveis buscam de todas as formas fazer com que olhemos o futuro com medo e com desconfiança. A verdade é: o que é justo que seja nosso, nada nem ninguém nesse mundo vai tirar de nós. Paz e Felicidade

Mensagem Espiritual que o Tarot tem para você.
Quando se é justo e verdadeiro, os inimigos invisíveis não impedirão nem atrapalharão nossa liberdade de agir e realizar no Plano Astral

Rei Sapo

Arraial de São Pedro

Devo confessar que as festas e arraiais nos santos populares, sempre me trouxeram, para além de alegria, uma óptima energia que me puxa para ambientes familiares.
A noite de Santo António sempre teve mais significado para mim, por ser a festa do santo padroeiro da aldeia onde nasci, e este ano não foi excepção, passei a noite no petisco com a família e amigos numa grande animação; houve procissão, banda de música, quermesse, bailarico e fogo de artifício.
Depois da estranha noite de São João que já vos contei uma fantástica e exuberante noite de São Pedro.
Um amigo convidou-me para um jantar arraial de São Pedro em Sintra, no famoso bar da Nela, aceitei o convite.
Gostei do ambiente assim que cheguei. Era uma típica casa portuguesa com certeza... fazia lembrar uma casa alentejana, de um só piso, caiada de branco e com as ombreiras das portas e janelas pintadas de azul ferrete. Um quintal em frente à casa estava transformado em esplanada com várias mesas postas para o jantar, enfeitado com bandeirinhas e balões.
Na ementa, sardinhas assadas, febras e entremeadas com salada; para beber, cerveja, sangria e vinhos tintos...
Adorei o jantar, o ambiente era francamente familiar, todos se conheciam mas o melhor ainda estava por vir... Assim que terminou o jantar o Fernando (perdoem-me a informalidade, mas todos se tratavam por “tu”) sacou da viola e começaram os fados, fado vadio como é bom de imaginar.
Foi uma noite como não passava há muito, fados à desgarrada, desgraçadinhos e de amor, com morte alegrias e dor! A Mena acompanhava a viola e todos riam, batiam palmas e cantarolavam no refrão. Uns “Ah Fadistaaa!” entremeados com outros tantos “Tá muito alto oh Fernannndoo!” fizeram a alegria da noite, com algumas anedotas pelo meio para a fadista recuperar a voz...
Saí de lá revigorado e cheguei a casa a sorrir. Foi a melhor noite de São Pedro que podia ter tido.
Fiz as minhas orações e deitei-me.
Adormeci e sonhei com o arraial e com Mena, que cantou fados toda a noite no meu sonho.
E perguntam os meus leitores:

Que tem esta história de esotérica ou pertinência espiritual? Não é este um blog pretensamente espiritualizado?

Não há nada de esotérico nem de espiritual, mas a vida é feita de pequenos momentos e aquele momento encheu-me o coração.
São as coisas simples da vida que às vezes nos trazem pequenas grandes alegrias e nos fazem acreditar que a felicidade e a alegria estão onde nós as quisermos encontrar...
Rei Sapo