25 dezembro 2006

Mensagem de Passagem de Ano


Mensagem Mundana que o Tarot tem para você:

Quando se sabe o que se quer e se deseja o que se sabe, a vitória é a coroação de nossas pretensões. O resultado final é uma total, positiva e definitiva mudança em nossas vidas. Este é um destes momentos. Paz e Felicidade.

Mensagem Espiritual que o Tarot tem para você:

A conquista da Potência Mágica está destinada àqueles que se aventuram na Luz Astral com sabedoria e determinação.

Rahdhai

20 dezembro 2006

O que é ser "poeta" ?

Ser "poeta" é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim

E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca




Imagem: Alfred Gockel

P.S. - Coloquei a palavra ser "poeta" entre aspas propositadamente para que possamos substitui-las por ser “Amor”, “Deus”, “Alegre”, “Feliz”, “Louco”, o que quisermos... Para reflectir-mos no poema, nas substituições e na vida. Florbela Espanca revela neste poema o que sempre procurou, mas mostra também a resposta para a sua busca. Será que se encontrou a si mesma? Ou escutou a sua alma a gritar-lhe a resposta aos seus anseios e escreveu-a sem nunca ter coragem de coloca-la em prática?... Teremos nós essa coragem?


18 dezembro 2006

Sobre o Prazer


"O prazer é uma canção de liberdade, mas não é liberdade. É o desabrochar dos desejos, mas não é os seus frutos. É um chamamento profundo para as alturas, mas não é profundo nem alto. É o encarcerado a ganhar asas, mas não é o espaço que o circunda. Sim, na verdade o prazer é uma canção de liberdade. E bem gostaria que a cantássemos com todo o coração; No entanto não percamos os nossos corações nos cânticos. Muitos procuram o prazer como se isso fosse tudo,... Eu não os julgaria nem puniria. Gostaria porém que empreendessem na busca, pois eles encontrarão prazer, mas não só...
Alguns recordam os prazeres com remorsos, mas deveriam lembrar-se dos prazeres com gratidão, tal como fariam após uma colheita no verão.
Quem pode ofender o espírito? Será que o rouxinol consegue ofender a quietude da noite ou o brilho das estrelas? E as vossas chamas ou fumo conseguem carregar o vento? Pensais que o espírito é um lago imóvel que podeis perturbar?
Muitas vezes ao negarmos a nós mesmos o prazer, estamos a ocultar o desejo nos recônditos do nosso SER. Quem sabe que o que parece ser omitido hoje espera por amanhã? Até o nosso corpo conhece a sua herança e as suas necessidades e não sairá desiludido.
O nosso corpo é a harpa da alma, e é a nós que compete extrair dela uma doce melodia ou sons confusos.
E no nosso coração perguntamos: Como distinguiremos o que é bom no prazer do que não é?
Ide para os vossos campos e jardins e aprendereis que o prazer da abelha consiste em retirar o mel da flor. Mas também a flor tem prazer em dar o seu mel à abelha, pois para a abelha a flor é uma fonte de vida, e para a flor a abelha é mensageira de amor. E, para ambas, abelha e flor, o dar e o receber de prazer é uma necessidade e um êxtase.”

Khalil Gibran in “O profeta”

14 dezembro 2006

Sobre o auto-conhecimento


" A alma desvenda-se a si própria como um lotus de incontáveis pétalas."...

Khalil Gibran

12 dezembro 2006

Novamente o caminho...



Nestas últimas semanas tenho escrito sobre este assunto devido às recentes mudanças que ocorreram na minha vida e consequente redefinição dos objectivos e do percurso a seguir.
Fiquei feliz por ter redescoberto o caminho e saber afinal o que tenho a fazer para alcançar os meus objectivos.
Depois de toda esta etapa de reestruturação vem parar-me às mãos um pequeno livro que abri ao acaso e onde me deparo com a seguinte frase:

“Nunca é tão fácil perder-se como quando se julga conhecer o caminho”

Fiquei completamente atordoado com o alcance do velho provérbio chinês e a verdade que ele contém. Quais são as probabilidades que depois de tudo me viesse cair nas mão um aviso desta importância? Reflecti e conversei com uma amiga sobre o assunto. De facto no caminho existem variadíssimos desvios, atalhos e distracções e é necessário estar atento. Foi isso que o mestre nos aconselhou : Orai e vigiai! O aviso não poderia ter chegado em melhor altura. Vou ficar mais atento e vigilante...

07 dezembro 2006

A solidão, o grande relógio e a viagem...


Imagem: Relógio Astronómico de Praga

Ontem à noite ao ver uma reportagem no telejornal sobre a solidão, vi-me confrontado com uma das situações mais difíceis de suportar e que é a realidade de muitos milhares de pessoas no mundo mas também no nosso país, quer nas grandes cidades quer no espaço rural. No decorrer da reportagem uma das entrevistadas com 102 anos contava a sua história. Viúva, sem filhos, vivia sozinha há já 50 anos. Tinha dificuldades de locomoção, sobrevivia sem sair à rua com a ajuda de uma vizinha, dizia já estar habituada e concluiu o relato dizendo que apesar da solidão não tinha pressa em fazer a “viagem”... Dei uma risada com gosto pela maneira como a frase foi dita! A expressão daquela senhora ficou-me na cabeça.

“Não tenho pressa em fazer a viagem!”

Na série “Entre vidas” que passa na SIC em contraposição ouvi uma outra concepção para o envelhecimento, solidão e a viagem. Uma senhora idosa num lar de terceira idade dizia à neta que se sentia muito bem no Lar, que não se preocupava com nada, as pessoas eram simpáticas, tratavam de tudo e ainda apareciam de vez em quando uns cavalheiros muito bem parecidos. Perante a preocupação da neta que insistia em querer levá-la para casa ela responde que não. Que já tinha muita idade, que o mundo é um grande relógio que nunca pára, que sabia o tempo que lhe restava e que aguardava a hora de poder fazer a viagem...

Fiquei pensativo e comparei as duas situações. Ambas com idade avançada, tinham vivido o seu tempo, tinham feitos escolhas, seguiram o seu caminho e com o tempo a esgotar-se têm perspectivas diametralmente opostas.

Uma vive feliz com a situação que tem, sabe que o relógio não pára que a viagem está marcada e aguarda a hora de poder partir em paz, a outra sente na pele a solidão, depende da boa vontade dos vizinhos para quase tudo e mesmo depois de um século de vida não está preparada para enfrentar a morte.

Acho que a diferença destas duas histórias está na vivência espiritual de cada uma delas. Quando alguém vive a espiritualidade de forma sã e consciente não receia a morte, porque a morte é uma passagem... passagem para um nível superior de consciência onde a aprendizagem que fazemos na terra produz realmente os seus efeitos.

Quem faz o percurso certo vive o seu tempo tranquilamente e sabe que não está só!

05 dezembro 2006

Definir o caminho


Por vezes a vida quer dizer-nos qual é o nosso caminho e nós teimamos em não querer escutar. Fingimo-nos ocupados, distraídos, pensamos que podemos vencer algumas contrariedades e ultrapassar as dificuldades do caminho errado. Acontece porém que o fardo do caminho errado vai-se avolumando até ficar demasiado pesado e vai chegar o dia em que vamos olhar em frente e damos conta que estamos no meio de uma encruzilhada que nos leva por caminhos pedregosos, impossíveis de fazer com o peso que transportamos. É nesses momentos que atingimos os nossos limites, e uma simples palavra faz com que o clic aconteça, dizemos BASTA!

Primeiro vem a turbulência provocada pela viragem abrupta do nosso destino, depois pomos as ideias em ordem, definimos o que queremos e mais importante que isso, definimos aquilo que não queremos, tomamos decisões e quando isso acontece a vida volta a sorrir-nos como que a dizer “Agora sim encontraste o caminho que te tenho tentado mostrar...”

Depois das decisões tomadas faz-se luz no nosso espírito e tudo fica mais claro, o caminho afigura-se aprazível, deixamos o fardo para trás e voltamos a caminhar com segurança. À medida que isso acontece as portas vão-se abrindo, encontramos as respostas certas, oportunidades de crescer e as pessoas que nos podem abrir horizontes. Não há coincidências. O aprendizado passa pela experiência e eu não vou esquecer esta lição!

Agora que defini o caminho olho para o mundo, para os outros e para mim de maneira diferente. Sinto as coisas de forma mais carinhosa, mais simpática, mais curiosa mais pura. Sinto a energia dos outros, da natureza, do Universo e de Deus, pergunto-me mais vezes como, quando, porquê... Onde posso fazer a diferença? Que contributo posso eu dar na construção da grande obra?

Ser feliz, vibrar na sintonia dessa felicidade maior, liquidar o meu Karma através da aprendizagem e transmitir aos outros essa força interior chamada AMOR!

03 dezembro 2006

Ai que me doi tanto!



Há pessoas que seguem o mesmo padrão ano após ano sem conseguirem fazer o aprendizado de "quiron". Relação após relação, atraem o mesmo tipo de pessoas; sim isso mesmo, aquelas que a fazem sofrer, desesperar, despedaçar o coração e morrer aos pouquinhos.

Nessa caminhada as pessoas colocam a pergunta: meu Deus que mal fiz eu para atrair sempre a mesma coisa!?

Deus se respondesse diria algo como: só tu sabes porque teimas ir sempre nesse caminho quando eu já te revelei tudo. Sê paciente...

Na verdade esse padrão serve para expiar culpas. Culpas???? Sim... pela 4ª 5ª ou 8ª vez, uma pessoa fez-te passar pela mesma situação, porquê?

A resposta fácil: são todos iguais e tu é que estás desencontrada neste mundo.

A resposta correcta: A ilusão de que tens que sofrer esse tipo de padrão é que te faz permanecer nesse caminho. A ilusão que tens que sofrer o bastante para pagar uma culpa que nem tu mesmo sabes bem qual é. A ilusão, ilusão e ilusão... Perdoa-te por não seres igual e vê que podes mesmo ser feliz. Como? Deixa de controlar os outros para que caminhem todos no teu caminho, no mesmo ritmo, no mesmo horário e com as mesmas vivências.

Recorda-te, a dor se a vivenciares bem é ilusória, vem de fora para dentro porque tu não preenches o teu interior com as TUAS COISAS, e sim queres viver as coisas dos outros.

Quiron abdicou da sua imortalidade, tu só tens que abdicar da tua ilusão de controlo e dependência.

Dor e liberdade

É conhecida a história mitológica de Quiron, filho de Saturno e de uma ninfa, que um dia é acidentalmente ferido por Hércules. Quiron é imortal logo a sua ferida transforma-se num tormento diário, um caminho de aprendizado onde o objectivo é o domínio sobre a obscuridade interior.

Todos nós temos algo de Quiron, uma ferida que ou nasce connosco ou nos é provocada por terceiros;

- mágoas, ressentimentos, ódios, amores mal curados, solidão, vazio, incompreensão, ausência de objectivos, inferioridade, ansiedade, necessidade de amor... (poderia continuar)

Acontece que Quiron farto de sofrer, resolve trocar a sua imortalidade pela vida de Prometeus.

O seu sacrifício liberta-o...

Quantos de nós não fazemos diariamente este percurso!? Levando as costas as nossas feridas, procuramos alguém com que nos possamos sacrificar, trocar a vida pela liberdade e ausência de sofrimento, porém não o conseguimos fazer, porquê?

Porque Quiron ao sacrificar-se esqueceu-se que era Prometeu que deveria ser castigado, era ele que devia passar pelo seu aprendizado.

Assim todos nos vivemos esta relação Quiron-Prometeus. Um quer-se sacrificar e o outro acarreta culpas em si. Quem opta pelo papel de Quiron, age como salvador, curador, pai ou mãe. Quem age como Prometeus anseia ser poupado da morte, mas leva consigo uma necessidade de ser castigado, maltratado, ferido até que a sua morte também aconteça.

Um dia acontece algo imprevisto, Prometeus torna-se Quiron, expia as suas culpas e também ele sacrifica a sua vida em favor de outro. De culpado passa a salvador...