21 outubro 2020

Oração Xamãnica

 


Eu sou uma parte de toda a natureza, o Planeta Terra é a minha casa…


As Pedras, os Animais, as Plantas, os Elementos são meus parentes…


Outros seres humanos são meus irmãos, independente da sua raça, sexo, cor, idade, nacionalidade, credo, preferência sexual ou estilo de vida…


A Terra é minha Mãe, o Céu é o meu Pai.


O Sol e a Lua são os meus avós, e as Estrelas os meus antepassados…

Eu sou parte desta grande família da Natureza, não mestre dela…

Eu tenho a minha própria parte especial a cumprir, e procuro realizá-la com o melhor de mim…

Eu procuro viver em harmonia com os outros na família da Natureza, tratando todos com respeito…

Eu celebro a mudança das estações, o girar da Roda do Ano…

Eu celebro os cânticos, danças, festas, rituais e outras formas…

Eu honro as estações da vida dentro da minha jornada de vida, começos, crescimento, frutificação, colheitas, fins, descansos e recomeços…

A vida é um círculo com muitos ciclos, em cada fim vem um novo começo…

Dentro da morte há uma promessa de renascimento…

Eu não só vejo, círculos de mudança e renovação dentro da minha própria jornada de vida, mas também na minha herança…

Eu vejo a minha vida como um círculo que me conecta com os círculos de vida dos meus antepassados…

Eles são parte da minha vida, a antiga sabedoria, a renovação da Natureza…

Eu sei que posso ajudar a trazer ao Planeta maior equilíbrio, equilibrando a minha própria vida, sendo um catalisador para restaurar o equilíbrio na vida de outros e trabalhando para um ambiente melhor…

Sei que as minhas atitudes e modo de vida, podem fazer a diferença…

A Espiritualidade da Natureza é a minha religião e a minha base de vida…

A Natureza é a minha professora espiritual e o meu livro sagrado…

Os Elementos são a Natureza, eu sou os Elementos…

O meu corpo físico é a minha Terra…

O meu intelecto é o meu Ar…

A minha vontade, o meu fogo…

As minhas emoções, a minha água…

E o meu eu interior é o meu Espírito, que é a força que todos une…

Eu sou parte da Natureza e a Natureza é parte de mim…

28 junho 2020

Meditação Phowa

What is Enlightenment? | Isha Sadhguru

A meditação Phowa é uma tradição do Budismo Tibetano e pode ser feita para guiar o espirito de um ente querido falecido para a luz e quebrar o ciclo de reencarnações permitindo-lhe atingir o estado de iluminação, ou para nós mesmos, preparando com antecedência a nossa própria viagem de regresso a casa...

Menciono abaixo os pontos de referencia para esta meditação, no entanto é importante adaptar a meditação à nossa realidade ou à realidade do espirito desencarnado que estamos a ajudar. Deixar fluir e deixar-mo-nos guiar pelos Seres de Luz que nos acompanhem na meditação é essencial!

1 - Invocação dos Seres de Luz, para que sejam inspiração, que guiem a meditação, que nos protejam e se tornem guardiões do espirito da pessoa X.

2 - Erradicação da Dor, pedimos ao espírito X que se liberte totalmente da dor ou qualquer tipo de sofrimento / culpa e ao espirito de Luz que derrame sobre ele as suas bênçãos...

3- Perdão, pedimos ao espírito X que se perdoe pelas suas proprias falhas e perdoe todos quantos possam ter falhado para com ele, caso tenhamos alguma coisa a perdoar a esse espírito ou pedir o seu perdão, detalhar neste passo a situação em especifico para ficarmos em paz com a situação não resolvida em vida...

4 - Manto da Paz, solicitar aos Seres de luz que nos guiam na meditação que coloquem o manto da paz sobre o espirito X ...

5 - Luz do entendimento, solicitamos que a Luz do entendimento brilhe sobre o espirito X permitindo-lhe entender o sentido de toda a sua experiencia, o sentido da vida, da sua própria existencia e do Universo...

6 - Integração das vidas passadas, pedimos ao espírito X que se permita fazer a integração e fusão das lembranças de todas as suas encarnações, aprendizagens e o reconhecimento da sua condição divina...

7 - Comunhão com o divino, Pedir ao espirito X que se encaminhe para a luz branca a que o budismo tibetano chama de clara luz indivisível que é Deus, o coração do Universo e onde residem todos os seres iluminados. Pedimos também aos seres de luz que entreguem o espirito X a Deus e que este se permita fundir nela em paz e alegria...

Recomendo a leitura do livro Phowa: Una llamada desde la trascendencia de Óscar Mateo e o Livro Tibetano dos Mortos por Padma Sambhava, a tradução de Robert A. Thurman é excelente.

22 junho 2020

O Sentido da Vida


O lema "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre" de Allan Kardec foi sempre inspirador para mim. 
Em 2018 quando encontrei a medicina xamanica muitas coisas mudaram e a perspectiva filosófica da vida foi uma delas. 
O retiro de 4 dias representou 40 anos de profunda terapia, fiz Ayahuasca, Kambó e Bufo Alvarius que são medicinas diferentes mas complementares, e juntas num periodo de poucos dias operaram um verdadeiro milagre em mim. Depois deste retiro abriram-se portas diferentes no meu caminho, surgiram novas perguntas e algumas respostas, mas o "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre" continuava misterioso...
Após este retiro nas minhas pesquisas e leituras na internet deparei-me com o autor Óscar Mateo e uma série de conferencias suas no Youtube que falavam de Phowa, uma técnica de meditação tibetana inspirada no "Livro Tibetano dos Mortos" e comprei o livro, que recomendo. Depois de ler o livro fiquei com vontade de aprofundar o tema e li a versão espanhola do "Livro Tibetano dos Mortos", a versão portuguesa está à muito esgotada na editora. O livro é uma autentica pérola mas a real tradução de Bardo Thodol como é conhecido em tibetano deveria ser: A Libertação (do ciclo de reencarnação) através da audição e compreensão no estado intermédio (depois da morte e antes do espirito voltar a reencarnar).
No Budismo tibetano acredita-se que o ultimo sentido que o falecido perde é a audição e por isso durante 49 dias lêem o livro tibetano dos mortos em voz alta, primeiramente na presença do corpo e até que este seja cremado, como instruções que o espirito pode ouvir claramente. Para os espíritos que ao ouvir as instruções compreendem a sua natureza divina e a natureza da sua própria mente, a libertação do ciclo de morte e reencarnação é imediata. Os que mesmo ouvindo as instruções não as compreendem voltam a reencarnar. A partir deste momento a meditação Phowa, que pode fazer-se para um ente querido falecido ou para nós mesmos em preparação do momento da nossa própria "partida", ganha toda uma outra dimensão. Li e reli ambos os livros, pratico Phowa e a minha noção do "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre" mudou substancialmente.
E porque é que comecei a falar de medicina xamanica neste post? Porque entre outras coisas, quando fiz Bufo Alvarius no retiro que mencionei, o meu espirito saiu momentaneamente do meu corpo físico e foi levado a um lugar de cor branca, um branco impar, intenso e de um silencio e paz infinitos, onde me sentia em casa. Lembro-me de ter escutado o coração a bater no peito um "último" tum tum e ter pensado, morri e esta é a minha verdadeira casa, tão bommmm! Após este pensamento fui trazido de volta ao corpo físico e fui despertando... Depois desta experiência fiquei verdadeiramente em paz comigo mesmo e em relação à morte!
A libertação no livro tibetano dos mortos é descrita como o fundir-mo-nos com a "clara luz branca indivisível" onde moram todos os seres iluminados ou budas e não podia haver melhor descrição para o que vi e senti na experiencia com o Bufo Alvarius.
Continuo a acreditar que o sentido da vida é "progredir sempre" mas vejo a morte com outra perspectiva e a libertação ao alcance da compreensão do sentido da vida.

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