12 julho 2005

Sexo Sagrado

Dias houve em que o sexo era entendido de forma diferente da que conhecemos hoje, a mulher era vista não como objecto de desejo mas como divindade e desempenhava o papel da deusa.
A deusa da fertilidade, da terra, da vida… o sexo era sagrado e aproximava os homens de Deus.
Até a história da prostituta teve os seus dias de glória redentora.
Na antiga Babilónia todas as mulheres eram obrigadas pelo menos uma vez na vida, a ir ao templo da deusa Ishtar e entregar o seu corpo a um desconhecido por um preço simbólico. Depois desta oferta a deusa redimi-la-ia e confiar-lhe-ia os seus segredos e desígnios.
Durante o Império Romano a deusa Vesta exige a virgindade total ou a entrega total e para manter a sua chama acesa as sacerdotisas do seu templo iniciavam jovens e reis no caminho da sexualidade oferecendo o seu êxtase ao universo e à divindade.

Era a história da mulher divinizada qualquer que fosse o seu nível de educação, poder ou estatuto. A história do sexo sagrado que aproximava a humanidade do Criador. A história da dança das almas em torno do amor.


Cântico à deusa Ishtar

Quando estou sentada à porta de uma taberna,
Eu Ishtar, a deusa,
Sou prostituta, mãe, esposa, divindade.
Sou o que chamam vida
Embora vocês chamem morte.
Sou o que chamam Lei
Embora vocês chamem Marginal.
Eu sou o que buscam
E aquilo que conseguiram.
Eu sou aquilo que espalharam
E agora recolhem os meus pedaços.

Sem comentários: