
Esta semana que passou, foi de facto uma semana cheia em todos os sentidos. Vou partilhar mais um dos acontecimentos que me preencheram e fizeram reflectir.
Na quinta-feira, depois de mais um dia de trabalho e aulas, fui para casa em busca do jantar... Quando cheguei à porta do meu prédio vi na pedra saliente da ombreira da porta um livro. Achei estranho e lancei mão dele para ver do que se tratava. Era um livro que não sendo velho, denotava-se muito manuseado fazendo lembrar um livro de BookCrossing que por ter passado por tantas mãos denuncia a passagem do tempo de uma forma especial. O livro tinha uma página marcada e quando olhei para o título nem queria acreditar. “Cartas de amor do profeta” de Kahlil Gibran traduzido e adaptado por Paulo Coelho. Parecia ter sido lá colocado de propósito e para mim. Levei-o comigo! Durante o fim de semana li o livro e adorei. Decidi não guardar o livro para mim, vou passa-lo pelos meus amigos e depois quando todos os que estiverem interessados em lê-lo já o tiverem feito, vou deixa-lo num ponto de BookCrossing porque foi isso que senti ao pegar no livro pela primeira vez, e é dessa maneira que sinto ser a forma do livro sair das minhas mãos.
Vou deixar-vos com uma das cartas de Gibran que me tocou de forma mais profunda.
... “Tenho vivido em completo êxtase. A única coisa que o meu coração não sabia era amar a Vida. Por vinte anos, senti apenas uma imensa fome, uma imensa sede por algo que não conseguia compreender o que era.
Mas as coisas mudaram. Esteja onde estiver, execute o trabalho que for, vejo presente a generosa lei que transforma as nossas acções em flores, e transforma essas flores em Deus.
Essa fome, que me acompanhou por tantos anos, era a vontade de ver o que estava além de mim. Tentei de diversas maneiras, e agora encontrei o único caminho certo: através de Deus.
A alma procura Deus, como o ar quente busca as alturas, e os rios correm para o mar. A alma tem dois poderes: o desejo de buscar, e a capacidade de lutar por esse desejo.
E a alma nunca perde o seu caminho, da mesma maneira que a água não corre montanha acima. Por isso todas as Almas estarão em Deus, não importa quanto tempo demore.
O sal não perde as suas propriedades, mesmo quando misturado a todas as águas do oceano. A alma não perde esta fome de Deus; ela é eterna, e um dia será saciada.
A alma jamais deixará de buscar Deus. E quando O encontrar, descobrirá que Ele também a buscava.”
Fiquei cheio de vontade de ler “O Profeta” do mesmo autor...
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