08 novembro 2006

Lua Cheia, Mediunidade e Alegria



Já falei à algum tempo atrás da importância da alegria, e da forma privilegiada com que nos faz contactar com o sagrado, que nos faz sentir especiais, de bem com a vida, com o universo e com tudo e todos os que nos rodeiam.
Se nem sempre é fácil estar nessa frequência energética que nos mantém no estado de alegria e partilha com o Todo, para um Médium algumas vezes, para não dizer muitas, este controlo energético no dia a dia é mais difícil. Pelo menos para alguns médiuns, porque são mais sensíveis e recebem energias pesadas das pessoas com quem contactam ou lidam. Por vezes um simples olhar que se cruza com alguém no super mercado é suficiente para desequilibrar a sua energia. E daí advém quase sempre dores de cabeça, má disposição e até os sintomas e dores dessas pessoas, que ficam aliviadas porque limparam a sua energia carregando o médium.
Mas não é disso que quero falar, comecei precisamente por aqui para não ficarem com a ideia que a mediunidade é um mar de rosas e que com esses dons tudo seria perfeito na vida... Não é bem assim, não há rosas sem espinhos, mas há rosas de beleza inimaginável pelas quais vale a pena um médium encarar os espinhos com um sorriso no rosto. É de um desses momentos que quero falar.

Esta segunda feira foi especial para mim, tive a oportunidade de apreciar uma dessas “rosas” de beleza impar.
Um dia de muito trabalho desde que entrei, mercúrio retrógrado, problemas com a rede, o dia inteiro sem internet nem bases de dados... enfim, o caos instalado. Apesar de tudo isto eu estava com uma boa disposição contagiante. Estava feliz! Apareceu uma colega que está de licença de parto com a bebé que é linda e o sorriso da bebé aumentou ainda mais a minha alegria. Durante a tarde ia fazendo o que era possível fazer, e como não era muita coisa pelo que já expliquei e não havia ninguém para além de mim e da minha colega tivemos oportunidade de falar mais à vontade e ouvir algumas músicas que há muito tempo não punha a tocar e dar uma boas risadas. Saí do trabalho a correr para as aulas como de costume e ao intervalo baldei-me e fui para casa jantar mais cedo. A Lua já ia alta e estava uma noite de trovoada seca sobre Lisboa. Eu continuava com uma energia de amor profundo e decidi partilhar essa energia com a natureza e o Universo que me rodeia. Saí para a rua e fui passar a pé. Sentei-me num dos miradouros mais bonitos da cidade e apreciei a vista. Lua cheia por entre nuvens carregadas, relâmpagos que iluminavam a cidade com tons de branco e violeta, trovões que ribombavam mesmo por cima da minha cabeça a anunciar a tempestade, e eu ali, no meio do jardim a absorver toda aquela energia e a devolver ao universo toda a paz, amor e energia que me estava a ser dada. Uma troca perfeita, sem exigências, sem urgência sem pressões... apenas estávamos ali, eu e o mundo inteiro em sintonia. Levantei-me e continuei a caminhar pela cidade, calmamente, presenteando as pessoas que se apressavam por chegar a casa antes que a chuva caísse com um sorriso nos lábios e cantarolando baixinho.
Quando já estava perto de casa começou a chover de mansinho mas a um ritmo certo e seguro. Não me apressei como faria num dia normal, em vez disso apreciei aquela chuva que me salpicava o rosto e recebi-a como uma bênção, foi exactamente isso que senti, uma bênção. Continuei a caminhar ao meu ritmo, a rua já estava deserta, as arvores quase sem folhas e a chuva a cair por baixo de uma lua cheia maravilhosa.
Cheguei a casa com o espírito lavado, com a energia renovada, com uma alegria inexplicável. Ainda se sentia o cheiro do incenso que tinha deixado a queimar, a musica ainda tocava baixinho e as velas davam um toque de ambiente sagrado. Tirei o casaco, descalcei-me e deitei-me no sofá para meditar um pouco e apreciar este momento único. Acordei uma hora mais tarde para me ir deitar na cama com a mesma alegria que tinha sentido até ao momento e entrar noutra dimensão...

É nestes momentos que eu agradeço pelo facto de ser médium e estar vivo.
Obrigado!

2 comentários:

Anónimo disse...

Obrigada pela partilha :))) e por este momento de luz.

:))) Bjos luminosos
Eugénia

Anónimo disse...

Querido Rei Sapo,
aproveito para te enviar um enorme beijo, com saudades e agradecer este momento tão saboroso. Enquanto lia as tuas palavras vibrava igualmente nessa energia tão positiva que decidiste partilhar... tu descrevias as tuas deambulações fisicas e espirituais e eu 'viajava', mesmo sem sair daqui ('presa' no local de trabalho), em infinitas projecções passadas, presentes e futuras e qual delas mais saborosa!...
Muito obrigada pela 'abertura' de janela para tal vôo.
E nós, médios, ainda mais precisamos de 'viajar' em nome da nossa própria defesa!
Um grande laço de Luz para vocês: Carlos e Geninha!
Bem haja e até sempre...
Ana