
"O prazer é uma canção de liberdade, mas não é liberdade.
Alguns recordam os prazeres com remorsos, mas deveriam lembrar-se dos prazeres com gratidão, tal como fariam após uma colheita no verão.
Quem pode ofender o espírito? Será que o rouxinol consegue ofender a quietude da noite ou o brilho das estrelas? E as vossas chamas ou fumo conseguem carregar o vento? Pensais que o espírito é um lago imóvel que podeis perturbar?
Muitas vezes ao negarmos a nós mesmos o prazer, estamos a ocultar o desejo nos recônditos do nosso SER. Quem sabe que o que parece ser omitido hoje espera por amanhã? Até o nosso corpo conhece a sua herança e as suas necessidades e não sairá desiludido.
O nosso corpo é a harpa da alma, e é a nós que compete extrair dela uma doce melodia ou sons confusos.
E no nosso coração perguntamos: Como distinguiremos o que é bom no prazer do que não é?
Ide para os vossos campos e jardins e aprendereis que o prazer da abelha consiste em retirar o mel da flor. Mas também a flor tem prazer em dar o seu mel à abelha, pois para a abelha a flor é uma fonte de vida, e para a flor a abelha é mensageira de amor. E, para ambas, abelha e flor, o dar e o receber de prazer é uma necessidade e um êxtase.”
Khalil Gibran in “O profeta”
Sem comentários:
Enviar um comentário